Pesquisar neste blogue

sábado, março 08, 2008

Utopia - Leonel Moura


 É um artista plástico que tem desenvolvido nos últimos anos uma série de projectos que fundem arte, tecnologia e ciência, da qual se destacam os “Robots Pintores”.
 É autor de vários livros e de inúmeras exposições e conferências em muitos países.

 Em 1995 na Bienal de Cascais, juntou em Portugal cientistas como Renè Thom ou Humberto Maturama e historiadores de arte como Harald Szeeman ou Benjamim Buchloh, entre outras personalidades relevantes, num debate em torno do conceito de utopia.



Nessa bienal foi também apresentada a Internet, num momento em que este meio de circulação de informação era ainda pouco conhecido por cá.
Pouco antes dessa Bienal sobre a utopia concedeu uma entrevista ao Café Virtual da XFM.
São alguns extractos dessa conversa de 1995 que pode ouvir aqui


sexta-feira, março 07, 2008

Eu Acuso


É uma proposta de reflexão sobre os grandes Media nestes tempos de globalização.
Uma carta aberta, dirigida por Manuel Vazquez Montalbán a Bill Clinton, publicada no Le Nouvel Observateur (Janeiro de 1998) e também no El País (30-03-1998) . Lida, posteriormente, em Lisboa, pelo escritor, na Fundação Gulbenkian.

"Senhor presidente, quando se assume a ética e a estética da democracia, o Estado, quer dizer, o Grande Inquisidor, tem que ser avaliado democraticamente. Na aldeia global, o Grande Inquisidor garante a ordem nacional, meteorológica, internacional, europeia, social, interpessoal, sexual, gastronómica, ecológica sempre a partir do consenso, por mínimo que seja e, na sua imperfeição, com a ajuda dos Boinas Azuis. Todo procedimento é bom para a imposição do referente privilegiado e de uma ordem que o senhor nos vende como indispensável para nossa sobrevivência e necessidades.
O instrumento fundamental para a imposição consensual do Grande Inquisidor leva-o ao Grande Irmão desenhado por Orwell e, perdoe, senhor presidente, que eu recorra a imaginários literários sabendo que ao senhor só interessa o footing e essa insuportável dança chamada Macarena. Por isso, se o senhor não sabe, o Grande Irmão é o poder comunicacional que através da concentração e uniformidade está em condições de impor o consenso impedindo a existência de mensagens alternativas. Actualmente, toda mensagem alternativa parece desestabilizadora, culpada, grosseira a partir da perspectiva do mercado totalitário onde os mais variados suportes estão ocupados com o mesmo conteúdo. Abramos o que abramos sempre aparece um comunicador da CNN ou seu clone, produzidos pela engenharia genética do politicamente correcto. A CNN representa o espírito e a intenção do Grande Irmão que Orwell imaginou em condições antidemocráticas, porém plenamente desenvolvido no monopólio democrático que o senhor dirige como o Grande Inquisidor do Império do Bem. À direita do trono, a CNN com sua informação pasteurizada, oferecendo uma decoração potemkiniana do mundo, essa fachada global de Grande Hotel de cinco estrelas que esconde os novos condenados da Terra, para tranquilidade do cliente do hotel, o Grande Consumidor.
Eu acuso a CNN de ser o aferidor da verdade única do Grande Inquisidor. Eu a acuso de ser o Grande Irmão que viria do Este que, porém, chegou do Oeste a serviço do referente de um improvável sujeito histórico de mudança global: o Grande Consumidor, o terceiro membro da Santíssima Trindade, possivelmente o Espírito Santo de todos os Grandes Armazéns deste mundo. A CNN apoia-se num código linguístico de hotel cinco estrelas, sem cafeína, sem álcool, sem fumadores, com preservativo na língua, com um sistema único de sinais…"


Pode ouvir aqui.


quinta-feira, março 06, 2008

La toilette des étoilles Belle Chase Hotel

“O projecto nasceu no fim de 1995. O nome foi extraído de uma passagem trágica do filme "Down by Law" de Jim Jarmush, por sugestão de Antoine Pimentel. O grupo de Coimbra era formado por Antoine Pimentel (Bateria), Filipa (Violino), João Baptista (Baixo), JP Simões (Voz), Luis Pedro (Piano, Bandolim, Acordeon), Marco (Saxofone), Pedro Renato (Guitarras), Raquel Ralha (Voz) e Sérgio Costa (Guitarra e Flauta Transversal) Começaram por conquistar a opinião da crítica com o seu espectáculo no Festival de Paredes de Coura e depois assinaram uma série de preenchidos concertos antes dos trabalhos de finalização do seu primeiro disco que esteve para ser lançado pela Lux Records. "Fossanova" foi editado pela Nortesul. Esse primeiro álbum foi alvo de uma reedição onde se acrescentou um segundo CD que além de versões de “Telephone Call From Istanbul” de Tom Waits e “Goldfinger” de John Barry ainda incluía remisturas a cargo do próprio grupo, dos Arkham Hi-Fi e de Alex FX. Foi também lançada a edição em vinil de "Fossanova" (edição limitada em vinil duplo, individualmente numerada de 001 a 500) com um grafismo completamente diferente do CD (com uma capa idealizada na mesma altura da original) e algumas diferenças no alinhamento (ex: inclui uma versão de "Goldfinger" cantada por Raquel Ralha). Um memorável concerto na recta final de 1999 que teve lugar na Aula Magna em Lisboa completou o ciclo de apresentações do seu primeiro disco. No início de 2000, JP Simões e companhia entraram em estúdio para gravar o álbum "La Toilette des Etoiles", registado nos Estúdios de Paço de Arcos da Valentim de Carvalho, com produção de Joe Gore, um músico e produtor que trabalhou com nomes como Tom Waits ou PJ Harvey. Além disso, Joe Gore coordena e produz os trabalhos da Oranj Symphonette, um grupo que lançou há um par de anos um disco com versões de temas de cinema. Foi aliás esse disco e o seu som o motivo principal para que os Belle Chase Hotel lhe tivessem dirigido o convite para se deslocar até Portugal. O segundo disco apresentava algumas mudanças em relação ao disco de estreia. Além do francês, presente no tema título, e do português de "São Paulo 451", o grupo voltou a investir no inglês e numa série de instrumentais, como o fabuloso "Evil Rock” onde se evoca o espírito de "Pulp Fiction" e onde JP Simões “toca” um saxofone recém-comprado. Depois, canções como "Merry Go-Wrong", "The Perfume of the Stars", "Nimarói" ou "Not Searching for the Real Thing" exploram um imaginário onde a Broadway, o cabaret, o songwriting clássico e um sentido lírico muito próprio se cruzam em interessantes e imaginativos jogos.” É assim que se descreve, na Wikipédia, os primeiros anos dos Belle Chase Hotel. Aqui recorda-se parte da entrevista concedida, em 2000, por JP Simões a Aníbal Cabrita no Programa Zona Reservada da TSF quando o álbum “La Toilette des étoiles” foi editado.

OUVIR