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sábado, novembro 25, 2006

radiozero

Alguns programas de Rádio antigos dos anos 70, 80 e 90.

E ainda ... outros fragmentos audio.









quinta-feira, abril 13, 2006

Processos censurantes

O que se passa com a divulgação de música na rádio, no fundo, é apenas um sinal.
Podemos entender a playlist como uma forma de censura que obriga a dizer.
Ao mesmo tempo que exclui um oceano de músicos obriga a passar ("dizer") algumas dezenas de "eleitos".
Talvez este fragmento de análise de Adriano Rodrigues seja uma boa pista para entender melhor o actual "estado da arte":

"Os processos censurantes dos regimes democráticos são muito mais variados e os seus recursos são praticamente ilimitados, graças à natureza abstracta dos seus mecanismos.

A escrita jornalística é um dos processos mais importantes da censurância, isto é, do mecanismo abstracto da censura. A sua forma estereotipada, feita de chavões pré-fabricados, de frases feitas, de minutas destinadas a servir os mais diversos usos, são alguns dos processos através dos quais se reproduzem os lugares comuns, a ideologia massificadora, a construção de uma leitura maioritária, de uma escrita conforme dos acontecimentos, da experiência, da história, proibindo outras leituras e outras escritas, que outros possíveis se exprimam e se construam. João Mendes discute no seu ensaio esta questão. Ressalta da sua reflexão que a censura não é hoje tanto a proibição de dizer o que não convém ao poder mas a obrigação de dizer e de fazer sem descanso, intermitentemente, o que é conforme ao senso comum, o que é banal e responde de perto às expectativas sociais. Ela está portanto intimamente ligada ao mito da objectividade jornalística, escrita sem sujeito, ponto cego de todas as subjectivações e conformidades. É de facto objectivo hoje tudo o que cola o mais estreitamente possível às expectativas indiscutíveis das maiorias, tudo o que as conforta nas suas crenças ingénuas.

Outro processo de censura nas sociedades democráticas consiste no mecanismo da sedução e não tanto no processo da repressão. Programando o que alicia, o que diverte, o que distrai, canalizam-se oportunamente as pulsões sempre carregadas de cargas explosivas imprevisíveis, desmobilizando-as com a cumplicidade de todos e de cada um. Há de facto uma dimensão censurante inerente à própria programação das telenovelas e dos jogos televisivos nas horas deixadas livres pelo trabalho, em que mais inquietante para o poder se apresenta a disponibilidade da maioria.

Um processo particularmente importante de censura hoje é o processo de redução de tudo e de todos às médias estatísticas das sondagens, destruindo ou pelo menos desviando o olhar de tudo o que não se configura nos espaços da maioria, eliminando como não pertinente ou pelo menos como ininteressante tudo o que não for susceptível de tratamento estatístico. Utilizando a cumplicidade das ciências humanas, este processo adquiriu foros de cientificidade e apresenta-se com naturalizado e indiscutível. Um certo saber técnico e de formação profissional serve de maneira acrítica este arsenal censurante. Basta ver como os políticos estão empenhados em desviar para estes fins os recursos disponíveis, em detrimento dos projectos de formação crítica e de investigação fundamental. Não se atrevendo a dizê-lo e invocando as mais nobres e generosas intenções, o que está ainda em jogo é de facto uma autêntica e mal disfarçada estratégia censurante."

Reflexão alargada de Adriano Duarte Rodrigues aqui.

terça-feira, abril 11, 2006

Música e capital mediático

Ainda a propósito de música e , neste caso ,da sua produção e divulgação,
aqui ficam algumas reflexões do brasileiro Marco Schneider
na tese de mestrado intitulada --”Música e capital midiático--
introdução a uma crítica da economia política do gosto”-- defendida
em 2003 na Universidade Federal do Rio de Janeiro.


"Se aumentou o acesso relativo do produtor simbólico aos estúdios
(o que não elimina, por isso, a necessidade de um investimento
relativamente alto para um cidadão brasileiro comum) e
mesmo às fábricas de prensagem (em menor escala, pois tiragens
gigantescas não dispensam uma aplicação considerável de capital),
o seu acesso aos sistemas de emissão massivos permanece
subordinado às exigências do grande capital (sem falar no jabá),
o que, no geral, inviabiliza economicamente a reprodução social
das produções independentes do produtor direto que se pretendam
mais autônomas. Assim, o produtor independente continua tendo
que lidar com a indústria cultural, seja diretamente com o centro
(as mega-empresas), seja com a periferia (as pequenas e médias
gravadoras e os selos, que representam parte da pulverização do
capital e dos meios de produção, não sua distribuição entre os produtores
simbólicos). Mesmo que pequenas gravadoras tendam a
alienar menos valor simbólico que as grandes, assegurando maior
autonomia relativa ao campo de produção simbólica, por estarem
menos diretamente determinadas pelos imperativos econômicos
reinantes, já que não possuem capacidade de reproduzir e pôr
em circulação o produto simbólico em larga escala, o que permite
até certo ponto a influência de fatores extra-econômicos (o
gosto musical do dono ou dos donos da gravadora, por exemplo),
e isso não deixe de representar um espaço social concreto para
uma nova fase de acumulação de valor simbólico e de elaboração
de táticas de defesa, é importante ter-se em conta que no estágio
atual de desenvolvimento da indústria cultural, após um século de
acumulação de capital midiático, após ter ocupado quase todos os
espaços sociais de produção, reprodução, circulação e consumo
de bens simbólicos, a existência da produção independente, do
ponto de vista do capital e do capital midiático, representa somente
contenção de despesas e formação de um exército de reserva
simbólica. Se isso pode eventualmente representar, para
alguns produtores individuais, um tempo de sobrevivência na periferia
(em geral elitista) da esfera da reprodução, da circulação e
do consumo simbólico, ou mesmo a ambicionada absorção pela
grande indústria cultural turbinada, que lhes aliena valor simbólico
(alienando-lhes autonomia) mas lhes paga bem por isso, no
geral, para o conjunto dos produtores simbólicos, o fosso entre
sua produção e a reprodução, circulação e o consumo social desta
produção, ao contrário, só aumentou e tende a continuar aumentando;
na melhor das hipóteses, pouco mudou. Pode ter mudado a
configuração da divisão de trabalho, mas não a sua alienação pelo
capital.
Produção musical independente, do ponto de vista econômico,
é, assim, na prática, apenas a transferência da responsabilidade
de investir capital constante (adquirir – compra ou aluguel – os
meios de produção: estúdios e equipamentos) e variável (recursos
humanos) do capitalista para o produtor simbólico; por imperativos
econômicos relacionados a ciclos imprevistos de expansão ou
retração do mercado, o capitalista paga o trabalhador particular,
que produz em escala “doméstica”, por peças produzidas, sem
fornecer-lhe os meios de produção. Excetuando-se as hipóteses
de o Estado ou de empresas privadas não ligadas ao ramo, via leis
de incentivo, festivais e prêmios, ou de um empresário associado
ao produtor simbólico fazerem o papel de capitalista (o que poderíamos
chamar de pré-produção), na produção de um cd, por
exemplo, se o produtor simbólico puder arcar com os custos fixos
(hardwares, softwares ou estúdio para ensaio, gravação, mixagem
e masterização) e variáveis (músicos, técnicos de som etc.) iniciais,
resta ainda o projeto gráfico, a impressão e a prensagem; se
puder arcar com estes custos, resta a divulgação, a distribuição e
a venda do cd; depois, a produção e a promoção de shows. Nesse
ponto, se ainda não tiver falido, é possível que torne-se medianamente
conhecido a ponto de ser requisitado por algum segmento
relevante da indústria cultural (gravadora, programas de televisão,
emissoras de rádio; até então, salvo rádios comunitárias ou piratas
e alguns programas de tv de menor audiência, a única coisa
grátis, e que em geral depende de uma boa rede de relações, é
uma discreta divulgação via mídia impressa). Então, quem sabe,
é possível que uma gravadora se associe, como sócio majoritário,
ao produtor simbólico, sem ter feito nada e sem ter desembolsado
um centavo até então. Caso não receba esta graça, o produtor
simbólico independente, para sobreviver como tal, ainda que às
margens do mercado, terá que concorrer com as mega transnacionais
do entretenimento. Em suma, só lhe restam três caminhos,
além do extermínio social ou mesmo físico: mudar de atividade,
sobreviver à margem ou ser absorvido pela indústria cultural. Em
todos os casos, deve-se investigar não só o grau de autonomia e
força de trabalho alienada (ou jogadas no lixo), mas também de
dinheiro alienado na absorção (ou jogado no lixo).
Necessitando de ganhos de escala cada vez maiores para prosseguir
em sua expansão, o capital investido na indústria cultural
desdobra-se de capital midiático primitivo (de alto valor simbólico)
em capital midiático liberal (de alto valor simbólico), deste
em capital midiático monopolista (de valor simbólico médio) e,
por fim, em capital midiático fictício (de baixo valor simbólico),
resultado de um processo secular de alienação e recalcamento dos
meios e modos de produção simbólicos. Em suma, em sua trajetória,
o capital midiático foi passo a passo caminhando para a
tautologia, diante da qual a operação “toca-se o que povo gosta
de ouvir” inverte-se em “o povo gosta de ouvir o que se toca”.
Para isso as pessoas foram por assim dizer treinadas durante um
século, no qual muito dinheiro foi investido e faturado. E o que
toca não deixa de ser, em linhas gerais, sempre o mesmo, mas
não o mesmo que o “povo” produz segundo uma tradição ou modos
pré-industriais, nem segundo desenvolvimentos formais pos
síveis, mas o mesmo seguindo a indústria cultural. A isso denominamos
tautologia do capital midiático fictício, sem lastro em
práticas e experiências extra-midiáticas, gerador do gosto social
midiático fetichista.

“numa época em que os outros media triunfam,
dotados de uma velocidade espantosa e de um raio de
ação extremamente extenso, arriscando reduzir toda
comunicação a uma crosta uniforme e homogênea, a
função da literatura é a comunicação entre o que é
diverso pelo fato de ser diverso, não embotando mas
antes exaltando a diferença, segundo a vocação própria
da linguagem escrita.” (Calvino, 1994, p. 58)

Quando Calvino fala em literatura e na “vocação própria da
linguagem escrita”, creio que se poderia estender o raciocínio a
todas as formas de produção simbólica sobreviventes (ou resistentes)
baseadas em modos de produção anteriores ao estágio turbinado
da indústria cultural, como parte da literatura, da música,
da produção acadêmica etc. (digo parte, pois, por exemplo, livros
de auto-ajuda, jingles e determinada produção acadêmica estão
completamente subordinados a ela), que conservam maior grau
de autonomia relativa, ainda que nas periferias ou nos subterrâneos
de sua esfera de ação. Tentamos demonstrar que o que caracteriza
esse estágio turbinado da indústria cultural é o momento
histórico atual, passagem do estágio monopolista do capital midiático
para o de autoreprodução de capital midiático fictício –
correspondendo com certo atraso ao estágio de domínio global do
capital financeiro, ou fictício.
Esta passagem deve-se ao fato de que a indústria cultural tornou-
se, ou está se tornando, cada vez mais tautológica, conduzindo,
com o tempo, com o esquecimento, com o esgotamento e
a destruição de todos os outros modos de produção simbólica, ao
risco apontado por Calvino de “reduzir toda comunicação a uma
crosta uniforme e homogênea”, ou seja, à autoreprodução do capital
midiático fictício. E a produção musical do século XX, seja
samba, choro, jazz, rock, tango ou música dodecafônica, começa
a ganhar o duvidoso status de folclore.
É, portanto, somente da periferia do sistema, ou nos subterrâneos
– menos diretamente subordinados ao automatismo da economia,
portanto menos autômatos –, onde subsistem, quero crer,
esforços de produção e acumulação de valor simbólico relativamente
autônomos, sejam ligados a tradições transformadoras ou a
tradições de raiz, que se pode esperar ações de contra-ataque, no
momento em que o underground tornar-se maduro para transformar-
se em avant-garde e partir para a luta pela democratização radical
dos meios de produção, circulação, distribuição e consumo,
apropriados pela indústria cultural turbinada, se é que isso um
dia será possível."

Para aceder a esta tese basta um clique.

quinta-feira, março 30, 2006

o autor a música e a rádio


Como trabalham os nossos ouvidos?
Qual é o papel duma playlist numa rádio?
Quem escolhe a "música"?

Três ou quatro "programadores" (um por cada rádio) "seleccionam" o que as rádios de maior audiência deixam ouvir.

Curioso, bastante curioso: mais de oitenta por cento do som é coincidente. Em nome da eficácia restringe-se, de forma significativa, o leque do que é "permitido" escutar.
Alguém ganhará com esta escolha?
Quem?

Há muitos anos , até 1974, havia a censura oficial patrocinada pelo Estado.
Quem patrocina actualmente a ocultação ?
A resposta não é linear. Muitos interesses se cruzam numa lógica que tende para a uniformização das mensagens.
Nesta aldeia global, há poderes que se apropriam do sentido ético e estético.
Hoje, nos grandes meios de comunicação ,desaparece o autor do ready-made e a ocultação da música é muito superior à de outrora.
Mas a música é apenas um dos grãos retidos pelo filtro...

Música na rádio o mesmo que publicidade?

É evidente que a “playlist” é apenas um sinal. Um indício
de controlo, centralização e, simultaneamente, da falta de confiança das direcções das rádios, na capacidade dos animadores ,que têm ao seu serviço, para cumprirem com eficácia a estratégia da estação.

A prática da maioria das rádios, no que se refere à música, tende para a uniformização e para a exclusão da diversidade e consequentemente para a repetição e saturação.

Numa sociedade que se afirma democrática, pluralista e aberta exclui-se o plural e a diferença.
Numa sociedade em que o discurso da inovação é incentivado, a prática aponta no sentido oposto.

O argumento utilizado é o de que a maioria das pessoas prefere aquele tipo de música e não outro. Argumento que, dizem, se baseia em estudos de mercado.
Mas como pode um cidadão dizer que gosta de um músico que nunca ouviu e que as rádios nunca divulgaram?
Como pode alguém pronunciar-se sobre o que não conhece?

Hoje o espaço para a música, nas grandes rádios ,é ocupado quase sempre pelos mesmos artistas, fechando portas a novos valores ou, até mesmo, a antigos que se afastem do “mainstream”.
Só depois de atingir um considerável volume de vendas , um artista, tem direito a exposição radiofónica.
Se, por hipótese, a mesma filosofia for aplicada aos noticiários então, passaremos a ouvir apenas uma notícia depois dela ter surgido num considerável número de outros órgãos de comunicação. Ou seja, só depois de insistentemente repetida algures, é que aparece no noticiário de uma rádio. É evidente que isto é um absurdo.

Se para as notícias o critério passa pela novidade e pela complementaridade - neste caso informativa -, o que levará os estrategos radiofónicos a adoptarem uma filosofia inversa em relação à música?

Provavelmente, no caso da rádio, a música é vista como uma entidade de características bastante diferentes das notícias e muito próxima da publicidade.
Tal como nos anúncios,a música tem uma frequência de repetição muito alta - uma faixa musical pode passar durante meses sucessivos -, enquanto nas notícias a frequência é relativamente baixa.

Nesta máquina de repetição que é a rádio , música e publicidade aproximam-se cada vez mais.
Para ter publicidade “no ar” o cliente paga. Será que para ter música “no ar” a editora paga?
Penso que não, apesar de serem conhecidos alguns “escândalos” deste tipo nos Estados Unidos da América.
No entanto, não ficaria espantado se tal acontecesse no futuro ,tendo em conta a actual tendência de tratar a inserção da música, numa grelha radiofónica, com regras semelhantes às da publicidade.

E esta é uma das chaves da questão: a filosofia de passagem de música numa rádio está mais próxima da das notícias ou da da publicidade?

Se a lógica for a das notícias , dos comentários, existe lugar para o novo, para a diferença, para a surpresa, para a descoberta;
Se, pelo contrário, for a da publicidade, o leque de escolhas será reduzido e a insistente repetição a regra dominante.
Se esta última hipótese se consolidar, cada vez mais o dinheiro assumirá um papel determinante em prejuízo da estética. Cada vez mais a música será apenas um produto de consumo e menos um bem com algum valor cultural. E , se ainda , se lhe reconhecer alguma mais-valia cultural,ela estará subordinada ao valor de mercado. Cada vez mais a liberdade de expressão nos grandes meios de comunicação, neste caso a da música, se limitará a quem tem poder económico.

domingo, março 12, 2006

Outra Rádio Zero


Nasceu outra Rádio Zero.

Não tem qualquer relação com este blog.

O projecto é interessante. Aqui fica uma citação de quem são e o que querem:


"A Rádio Zero é uma secção autónoma da Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST), sem fins lucrativos e de duração ilimitada. Ambiciona contudo a ser muito mais que isto. Ser mais que um espaço físico, como tantos outros há, em que se transmite o que todos sabem que existe da forma que todos conhecem. A Rádio pretende ser um meio criativo que fomenta o experimentalismo e o desenvolvimento de obras de arte em formato sonoro.

Sendo uma Rádio de cariz originalmente universitário, os seus objectivos passam naturalmente por: incentivar os estudantes para o fenómeno da radiodifusão e dar a formação radiofónica aos interessados em fazer rádio, possibilitando-lhes um espaço de criatividade; por contribuir para a formação cívica, cultural e científica dos estudantes e ouvintes através da divulgação informativa e artística; por fomentar a participação dos estudantes do IST na vida activa da escola e da Universidade.

Ao longo de dois anos de emissão a Zero desenvolveu-se, tanto como instituição e números, como em maturidade radiofónica. Neste momento é um projecto em crescimento sólido e estruturado, com responsabilidades assumidas perante a comunidade radiofónica portuguesa e europeia.

A Rádio Zero não se quer afirmar em alternância, mas sim em alternativa. Quer ocupar um espaço que sente existir, um hiato que clama por uma atitude descomplexada, por uma maneira diferente de estar e encarar a realidade radiofónica.
manifesto zero"

"A rádio é um meio criativo que fomenta o experimentalismo e o desenvolvimento de obras de arte em formato sonoro.

A rádio intervém na sociedade através de conteúdo de cariz comunitário e da promoção de actividades culturais.

A rádio assume-se como um meio de acesso do indivíduo á radiodifusão. Sendo apologista da liberdade e criatividade, a rádio dá preferência total ao formato de autor."


Para quem quiser descobrir a Rádio Zero dos estudantes do Técico basta um clique.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Memórias

Rock em Stock, Som da Frente, Oceano Pacífico ,A Idade da Inocência, Febre de Sábado de Manhã, alguns programas de rádio que mereceram edições comemorativas em suporte CD.
Todos eles essencialmente musicais ou à volta da música.

Há outros anteriores ou posteriores em que o centro não era a música (apesar dela ter o seu papel, por vezes importante) que me apetece recordar.
Eram programas em que a palavra tinha alguma importância, num tempo em que os noticiários, ou programas de informação especializados, ocupavam muito menos tempo de antena que actualmente.

Os programas a que me refiro funcionavam como complemento (talvez se possa comparar aos suplementos dos jornais) em que, para além do conteúdo, a forma também desempenhava papel relevante.

Antes de 74, além do PBX recordo-me de dois de que era ouvinte regular:Página 1 e Limite ,ambos na Rádio Renascença e ainda outro ,essencialmente musical, Vigésima Terceira Hora.
Também no princípio dos anos 70 "Rádio Universidade" ,uma emissão feita por estudantes, a partir da rua da Estefânia, transmitida no canal FM da Emissora Nacional e também nesta estação Convívio.E ainda Em Órbita no FM do RCP.

Depois de 74 ,Contraponto na Antena 1(76-78),Forum ,Hora de Ponta e 2 Pontos na RDP 4(futura frequência da Rádio Comercial).
Nos anos 80: Abandajazz, Café Concerto, Rolls Rock, Pão com Manteiga, Trópico de Dança, Mil e Uma Noites, Morison Hotel, o Rock Pode Esperar, Rádio Silêncio, Se Não Sabe Porque É Que Pergunta ?,na Comercial.
Na Antena 1: O Búzio Ardente, Íntima Fracção, Noites de Luar, Imaginário, e A Menina Dança? (já nos anos 90).
Na Renascença FM O Último Metro. Também Cinco Minutos de Jazz (que andaram por diversas frequências e ainda estão por aí).
Depois, Sete Mares e Em Busca do Acorde Perdido, mas já são outros tempos (anos 90)e outras histórias. Fica para outro dia.

Esta é uma listagem que não pretende ser exaustiva,pelo contrário, apenas um percurso pessoal com toque afectivo de ouvinte cuja memória ainda conserva alguns nomes.
Se alguém por aí guardar registos sonoros de alguns destes programas ,agradeço o aviso e também alguma eventual correcção de algum nome ou localização que a memória tenha atraiçoado.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Projecto

Rádio Zero é um projecto ,em fase exploratória , que inclui registos de antigos programas de rádio.
Propõe algumas pistas de reflexão sobre os media.
E também tem ligações a diversos "sites" que tratam temáticas semelhantes.
Por exemplo, se quiser ouvir um velho programa de Francisco Mateus,transmitido na TSF, neste caso dedicado à rádio, da série "Como no cinema", pode "clicar aqui".
Se se interessar por descobrir o que mais há em Rádio Zero pode "clicar de novo".

QUANDO SE COMEÇA

Hoje é só assim.

No futuro se verá.

Rádio zero também é aqui.